
O mais extraordinário dos coquetéis. Forte,porém delicado; um aperitivo magnífico e também elegante de se ver. Esse único coquetel já inspirou, Stirred --- NOT SHAKEN (nunca agitado), escrito pelo connaisseur John Doxat. Segundo ele, o Dry Martini foi inventado para John D. Rockefeller por um barman chamado Martini, que trabalhava no Hotel Knickerbocker de Nova York, em 1910. Originalmente, o coquetel era feito com vermute seco francês, e só mais tarde o vermute da firma italiana Martini & Rossi se tornou um ingrediente favorito dos barmen ao prepará-lo. O fato do coquetel ter o mesmo nome do vermute italiano, portanto é puramente acidental.
O Dry Martini é, basicamente, uma mistura de vermute e gim; mas a questão que até hoje cria polêmica entre connaisseurs e barmen é: quanto vermute usar? Em geral, considera-se que a quantidade de vermute deve ser ínfima com relação à de gim. John Doxat, por exemplo, conta a história de um barman que simplesmente fazia a sombra da garrafa de vermute recair sobre o copo de gim ... Outro barman "famoso" costumava-se curvar-se respeitosamente em direção à França enquanto misturava o gim com gelo ...
Exageros à parte, o certo é que o Dry Martini é um coquetel seco, e essa característica não deve ser arruinada com uma quantidade excassiva de vermute. Para John Doxat, esta é a melhor maneira de preparar um Dry Martini: coloca-se quatro doses de vermute num copo para mexer com gelo até à metade; logo que o vermute atingir o fundo do copo, coa-se e joga-se fora o vermute; despeja-se 2 doses de gim para cada coquetel a ser preparado, mexe-se energicamente por 30 segundos e coa-se para os copos de coquetel. Doxat assegura que o vermute que fica nos cubos de gelo é suficiente para estabelecer a proporção de 1 parte de vermute para 11 de gim, que considera ideal. Segundo ele, a proporção máxima aceitável é 1 para 7. cifra que o connaisseur David Embury acha perfeita. Em meio à discussão há quem prefira proporções de 1 parte de vermute para 15 de gim, e há quem ouse chamar de Dry Martini feito na proporção de 1 para 2. Outra questão que divide os fãs do Dry Martini é: qual o gim mais apropriado? A maioria dos connaisseurs prefere os gins incolores, que produzem Dry Martinis esplendorosos em sua transparência. David Embury, contudo, admira o tom dourado resultante da utilização do gim da marca inglesa Booth's.
De qualquer modo, o importante é fugir das marcas baratas e de baixo teor alcoólico,oferecidas por alguns bares e supermercados inescrupulosos. Em muitos desses gins, nem a menos os aromatizantes são destilados mas apenas macerados no álcool base. bom Dry Martini requer um gim forte, puro, delicado e saboroso. Entre os gins ingleses (os melhores do mundo), os mais apropriados são os da marca Beefeater, Bombay e tanqueray - que se destacam por serem bem secos - e o Gordon's, muito saboroso. Na falta dessas marcas, escolha um gim bem seco e de boa qualidade.
É indispensável também que o Dry Martini seja servido muito gelado. Tal efeito pode ser obtido mexendo-se o coquetel, com gelo, por um período grande de tempo. Mas essa técnica não é aconselhável, pois acaba diluindo demais o gelo, e aguando o coquetel. O mesmo ocorre quando se serve um Dry Marini on the rocks, que, ainda por cima, não é tão bonito quanto ao original. A melhor maneira de conseguir um Dry Martini na temperatura certa á gelar previamente o copo para mexer e os copos de coquetel em que ele será servido. Tão esdrúxulo quanto ao Dry Martini aguado é o chamado o Vodkatini, feito com vodka em lugar do fim.
O detalhe final, mas nem por isso menos importante, é cortar uma casquinha de limão e espremê-la, com o lado da casca para baixo, sobre o coquetel já pronto. Um finíssimo borrifo oleoso chamado zest, visível contra a luz, irá se desprender da casca de limão e flutuar na superfície do drinque. Não mergulhe a casca de limão no copo, nem decore com azeitonas, a não ser que prefira um coquetel mais oleoso. AS azeitonas, quando usadas, devem de ser verdes e durinhas. Algumas pessoas costumam adicionar ainda ao Dry Martini uma pitada de bitters de laranja, para torná-lo ainda mais delicado. Em muitos casos, no entanto, o bitters é usado para disfarçar uma quantidade excessiva de vermute colocada na mistura ...